About Me

Black Majesty - "Stargazer" Review

O termo power metal causa arrepios a uma grande percentagem da nossa comunidade metaleira e, para muitos, não representa muito mais que velhos com indumentárias duvidosas a soltar gritos capazes de rachar vidros sobre temas infantis acompanhados por ritmos cavalgantes de duplo bombo. Bem, são eles que saem a perder em subestimar um estilo que já produziu muitos dos melhores álbuns de metal que se podem ouvir.

Não serão portanto os Black Majesty a mudar a mentalidade de ninguém com o seu novo “Stargazer”. Mas engane-se quem julga que por isso está a ser posta em causa a qualidade dos australianos, o que fazem é mais que válido apesar de seguir à risca as regras estabelecidas especialmente pelas incontornáveis referencias alemãs como Hellowen, Gamma Ray e Blind Guardian. Aliás, desde a grande estreia com “Sands of Time”, recebida com entusiasmo por todos os power metalheads (nos quais me incluo, sem vergonha e de espada em punho numa qualquer pose épica de vitória… uh), têm vindo a construir um legado invejável, pautado por consistência e paixão pelo som eterno.

Nesta nova proposta “Stargazer”, a enigmática guerreira leoa continua a ser tema de capa, em tons quentes dourados e avisa-nos, com ar ameaçador, que pouco ou nada mudou. O que se ouve aqui é power metal, sem espinhas e despido de gorduras adicionais – leia-se sem piscadelas de olho a extremismos e progressivíssimos. São só dez canções com refrões pegajosos, melodias que ecoam sem parar nos nossos tímpanos e um vocalista que soa verdadeiro e com capacidade vocal para atingir as mais estridentes notas. Na verdade o primeiro par de faixas deu um início morno ao álbum que me deixou um pouco reticente quanto à manutenção da capacidade que tinham de agarrar o ouvinte nos álbuns anteriores – nota-se uma pequena redução da duração dos temas tornando-os ainda mais diretos e concentrados naquilo que é a essência destes Black Majesty. Tudo volta à normalidade no refrão poderoso de “Voice of Change” e no ritmo mid tempo de “Killing Hand”. Os ritmos alucinantes mantêm-se só para abrandar novamente em “Symphony of Death” sendo esta uma das mais completas e melhores faixas do álbum.

Uma ótima adição ao já completo catálogo da banda, no entanto, é difícil afastar a sensação de que poderiam fazer mais um pouco ficando “Stargazer” alguns furos atrás dos anteriores registos. De qualquer forma os fãs vão ter aqui bastante com que se entreter. Sem nada mais a acrescentar… Se o anterior “In Your Honour” seria um seguro 8 em 10. “Stargazer” ficará num tremido 7,2.


Nota: 7.2/10


Review por David Sá Silva